Trabalhadores em situação análoga à de escravidão são resgatados no Ceará
EMPREGADORES FORAM NOTIFICADOS A PAGAR RESCISÕES NO VALOR DE R$ 9.963,32 E INDENIZAÇÃO DE R$ 15 MIL AOS TRABALHADORES POR DANO MORAL.

Os três homens foram resgatados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) na Fazenda Lagoa do Canes, distrito de Celsolândia, em Acaraú.
Segundo o Ministério do Trabalho, os empregadores foram notificados a pagar rescisões no valor bruto de R$ 9.963,32 e indenização de R$ 15 mil aos trabalhadores por dano moral.
A operação alcançou 39 empregados, dos quais cinco foram registrados no ato da fiscalização.

De acordo com relatos dos auditores-fiscais, três homens, que trabalhavam na moagem de folhas de carnaúba e na extração do pó para fabricação de cera, não dispunham de local para realizar as refeições, não havia instalações sanitárias adequadas para as necessidades fisiológicas e higiene pessoais.
Os moedores de palha eram obrigados a pernoitar na própria frente de trabalho sem dormitório apropriado.
Para dormir, usavam o interior do baú de um velho caminhão e, ainda, dividiam o pequeno espaço com uma máquina de moagem, galões de água e pertences pessoais.

O interior do veículo estava infestado de pó e resíduo de palha, a ventilação era precária e não tinha isolamento térmico situação que expunha os obreiros a temperaturas extremas de calor durante o dia e frio à noite.
Os auditores-fiscais lavravam 19 autos de infração por, entre outras irregularidades, manter empregado trabalhando sob condições contrárias às disposições de proteção do trabalho; deixar de registrar em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em 48 horas contadas do início da prestação do serviço; de não efetuar o pagamento do salário; não disponibilizar abrigos aos trabalhadores de intempéries durante as refeições e as pernoites; e não fornecer equipamento proteção individual.
Em outra fiscalização, no município de Itarema, o grupo encontrou apenas irregularidades trabalhistas como falta de registros dentro do prazo estabelecido em lei, e falta de equipamentos de proteção individual.
Nessa operação, foram alcançados 27 empregados dos quais 25 não tinham registros em carteira de trabalho.
A operação de fiscalização foi realizada entre os dias 14 a 25 de agosto e envolveu Ministério do Trabalho (MTb), Ministério Público do Trabalho (MPT), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Polícia Federal.
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